terça-feira, 17 de julho de 2012

A JUSTIÇA DO AMOR

   No inicio do mês de maio, uma decisão inédita do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em São Paulo, foi assunto em nossa aula, um pai foi condenado a pagar à filha R$ 200 mil de indenização por abandono afetivo. Essa história mexe com sentimentos - e não com reconhecimento de paternidade ou pensão alimentícia. Não deveria pertencer à Justiça, e sim à vida e à consciência de cada um. Como legislar sobre a prática do amor?
   A professora Luciane Nunes de Oliveira Souza, de 38 anos, justifica sua ação dizendo que o pai nunca a quis, sentindo-se abandonada.
   Fruto de um relacionamento extraconjugal do pai, a professora, que é casada, revelou que toda a sua vida sentiu falta de ter um pai.
   A decisão que que beneficia Luciane, nas palavras da juíza que cuidou do caso, "abre cainho para a humanização da Justiça". Talvez abra caminho também para injustiças. Uma indenização não muda sentimentos. Não obriga ninguém a passar a amar. Ao contrário, azeda uma aproximação futura.
   Para ser pai ou mãe, não basta dar nome e dinheiro. Tem que acompanhar, conversar, orientar, ouvir, disciplinar, brigar, beijar, rir e chorar. Ajudar no dever de casa. Consolar e estimular. Não é nada fácil ser pai ou mãe.
   Se existe algum benefício na decisão do STJ de São Paulo, é evar as famílias a uma reflexão. Já que amar é cuidar, por acaso sou omisso ou negligente com meus filhos?
   Alguns alunos deram sua opinião, vamos ver?

"Amar é dar atenção pra quem se ama, é respeitar o outro. O amor de um pai é dar carinho, conversar, brincar e compreender o que o outro sente. Muitos jovens se envolvem com drogas por falta de pai ou mãe para aconselhar, muitos ficam em depressão por causa disso!" Larissa Soares

"Eu entendi que o pai de Luciane nunca ligou para ela, nunca quis dar amor, carinho e compreensão, como é dever de um pai, com isso ela foi crescendo sem amor, o que levou ela a tomar uma decisão trágica. Bom, ela conseguiu ganhar o caso, mas ela nunca vai conseguir o que ela mais sentiu falta a sua vida inteira, que é o amor do pai." Thalia Soares

"Trata-se de uma história de afetividade, de uma mulher que nunca teve o amor do seu pai, ele deu nome e uma pensão até os 18 anos, mas nunca deu atenção.
Uma criança, por mais que não mereça, tem o direito de ter o amor dos seus pais, por que essa afetividade serve também para alimentar nossa alma, para sermos pessoas melhores, capazes de resolver nossos problemas." Jonas da Silva

"Entendi que ela procurava pelo amor do seu pai, mas ele nunca lhe deu a atenção devida. Então ela,  frustrada, resolveu entrar na justiça contra seu pai, obtendo ganho de processo dez anos depois." Danieli

"Trata-se de um caso em que a filha só tinha o nomedo pai, o que significava muito para ela, e nada para ele. Ele pensava que era só uma coisa com o seu nome, não um fruto seu, que poderia lhe dar orgulho, carinho e amor." Auricélio

"Trata-se de uma mulher que não teve o carinho de seu pai, apesar de ele não ajudar, ela consegui realizar o seu sonho de ser professora, e hoje tem dois filhos. Pra mim, seria bom que ele também não tivesse o amor do pai dele. Eu não queria isso pra mim." Jhonny Matheus

"O texto fala de uma menina que foi desprezada por seu pai. Ele pensava que ser pai era só pagar pensão, e que não precisava visitar a filha. Ela não tinha a presença do pai na hora que queria. Aos 28 anos resolveu processar o pai por falta de afetividade. Depois desse processo quantos filhos e pais  irão processar as pessoas por falta de afetividade? Será que Luciane fez certo?" Wanderson

   Esses são depoimentos de alguns alunos. E você, o que acha?

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